quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MST inicia greve de fome contra despejo em fazenda de senador

Famílias estão acampadas nas terras de Eunício Oliveira (PMDB-CE) desde 31 de outubro

As 3.000 famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) do acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na fazenda Santa Mônica, de propriedade do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), iniciaram na última terça-feira (18) uma greve de fome pedindo a suspensão do pedido de reintegração de posse das terras.
Além da medida, que objetiva chamar a atenção das autoridades para a situação, o MST entrou com uma liminar requerendo a suspensão do pedido de reintegração, que está marcado para o dia 24 de novembro.

O acampamento está localizado em um dos 91 imóveis rurais que o senador possui no Estado de Goiás. Ao todo, são mais de 24.000 hectares de terras — o equivalente a 20 mil campos de futebol — autodeclaradas improdutivas.

A fazenda foi ocupadas desde o dia 31 de agosto e, desde então, integrantes do MST pedem a sua desapropriação.
No entanto, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás concedeu limitar que autorizou a reintegração de posse e a retirada das famílias acampadas com o apoio da força policial.

Para o membro da direção estadual do MST de Goiás, Luiz Zarref, o pedido de reintegração de posse expedido pelo juiz da comarca de Corumbá, Levine Raja Gabaglia Artiaga, é ilegal, uma vez que o jurista é "aliado pessoal e político de Eunício Oliveira".

— Essa liminar foi emitida com base em relações pessoais. O MST está entrando com o pedido de reconsideração no Tribunal de Justiça de Goiás. Não podemos permitir que milhares de pessoas sejam jogadas na rua.

Outra preocupação é com o contingente policial chamado para fazer a reintegração. Segundo Zarref, cerca de 5.000 mil policiais militares estão sob aviso.

— As famílias não estão dispostas a sair, mas também não queremos confronto. Temos mulheres, crianças, idosos que não podem ser colocados em risco. Um enfrentamento com a polícia nessas condições pode causar uma verdadeira tragédia. Confiamos no recuo do governo do estado. Essas milhares de famílias não podem sem tiradas à força dessas terras.

Fonte:http://noticias.r7.com/

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